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Arte nas Estações

Por Fabio Szwarcwald

O projeto Arte nas Estações celebra a diversidade brasileira a partir de suas manifestações artísticas. Leva cultura, história e entretenimento para diferentes lugares do país, por meio de exposições potentes e ações educativas transformadoras.

O projeto descentraliza o tradicional eixo geográfico das mostras de arte em grandes capitais, jogando luz em produções relevantes de artistas pouco conhecidos, narrativas e diferentes visões de mundo.

Em sua estreia, o Arte nas Estações exibe três recortes do acervo do Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil – maior do mundo no segmento, formado a partir da coleção particular de Lucien Finkelstein. A sede da instituição fechou suas portas no Rio de Janeiro em 2016, deixando sem destino mais de 6 mil obras.

Na seleção, estão trabalhos de artistas, principalmente autodidatas, de diferentes gêneros, locais, raças e religiões, que na maioria das vezes não alcançaram um espaço de visibilidade no campo das artes visuais.

Com curadoria de Ulisses Carrilho, as mostras Sofrência, Entre o céu e a terra e A ferro e fogo ocupam o Paço da Misericórdia, em Ouro Preto, o Museu de Congonhas, na cidade de Congonhas, e o Centro Cultural Maria Andrade Resende – Museu Ferroviário, em Conselheiro Lafaiete. Essas três exposições vão itinerar durante seis meses pelas três cidades.

As mostras são acompanhadas de um amplo programa educativo que parte de um processo de escuta, para o diálogo e a construção coletiva com os públicos participantes: a comunidade escolar – professores, estudantes e educadores –, pessoas com deficiência, moradores e turistas que visitam as cidades.

O projeto Arte nas Estações mostra a grandeza de uma arte que tantas vezes foi taxada como algo menor, inocente, ingênua, mas é rica de expressividade, significados e técnicas. A arte popular é contemporânea e esta reflexão é o primeiro capítulo desta história.